A reivindicação teve sucesso, pois de 17h trabalhadas para cada seis dias de ocupação, passou para 8h trabalhadas para os mesmos seis dias.
Contudo, poucas categoria conseguem esse feito, sabemos que muitos profissionais lutam para ter sua carga horária de trabalho coerente com suas funções, esse é o caso de algumas categorias da área da saúde.
Trabalhar com saúde não é fácil, lidar com a tensão, com o sofrimento, ter atenção nas ações e principalmente empatia.
A pandemia trouxe uma sobrecarga a mais, muitos profissionais dobraram plantões, tendo que se multiplicar para no fim receber merecidos aplausos.
Entretanto é preciso mais que aplausos, é preciso reconhecimento valorização de mão de obra, afinal, saúde não é filantropia é trabalho.
A pandemia também trouxe outro questionamento sobre o trabalho essencial e o não essencial. O medo do trabalhador em exercer suas funções no local de risco, o medo de sair de casa, medo da convivência, medo das pessoas.
O trabalho passou a ser sinônimo de risco, o hospital é um local de risco, trabalhar preocupado, adrenalina constante.
Se colocar em risco pelo sustento, pela necessidade, pelo prazer de trabalhar, por não ter outro modo de sobrevivência.
Sabemos que o trabalho é a atividade que mais mexe com a saúde mental das pessoas. O mesmo lugar que é fonte de realização e renda, também pode ser foco adoecedor. E muitos profissionais de saúde adoeceram emocionalmente nessa pandemia, outros já doentes foram potencializados por ela.
O trabalho trás orgulho, demonstra relação de capacidade e luta, suor, salário.
Não dá para comemorar o dia do trabalhador sem lembrar dos milhões de desempregados, pessoas que acordam sem ter para onde ir, sem ter o que produzir.
O trabalho tira a pessoa da inércia, da miséria, dando sentido de utilidade e dignidade.
Trabalhar com medo ou ficar sem trabalho, o que dá mais medo?
@jacquelinemeireles.psi
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