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O prazer da relação aberta

   Mônica Melo


“A ideia é que essas relações extras oxigenem o namoro. Cada par funciona de um jeito. Se os envolvidos sempre renovam esse contrato e se dizem satisfeitos, não há porque contestar a felicidade deles. O culto à monogamia, aliás, é uma questão cultural”, diz a psicoterapeuta Jacqueline Meireles, que complementa: “biologicamente, o humano não é monogâmico, porque o corpo é só essência e prazer”, defende. Para casais sem maturidade emocional, diz ela, esse tipo de experiência deve se limitar ao plano da fantasia.

A universitária L.C, de 21 anos, divide, há oito meses, o mesmo teto com o namorado, de 31 anos, com quem se relaciona há um ano e meio. O casal diz ter aberto a relação para evitar eventual mal-estar caso um deles venha a se interessar por outra pessoa. “Não queríamos entrar na paranóia dos ciúmes por ver o parceiro envolvido com outro alguém. Não é o caso de sair à procura de um terceiro, mas se rolar, não sentimos remorso. É uma escolha prática, saudável e honesta. Apesar da liberdade, ao sair com outra pessoa, evitamos frequentar nossos lugares em comum”, divide L.C..

Para a servidora pública D.S.M., 24, que já protagonizou três relacionamentos “flexíveis”, um deles, inclusive, por mais de três anos, o envolvimento em relações paralelas, desde que acordado com o companheiro, não deve ser encarado como falta de respeito. “As pessoas supervalorizam a fidelidade, mas o que importa é a gentileza, o companheirismo, o zelo com o parceiro.

Meu namorado e eu nos amamos intensamente, priorizamos nossa rotina, o que não impede de vivenciarmos experiências superficiais”, defende D.S.M.. Também adepto da relação aberta, o universitário R.E., 24, acredita que suas três investidas amorosas duraram porque os envolvidos tinham um nível de motivação compatível e lidavam, de forma equilibrada, com a possibilidade de ver o parceiro sentir desejo por uma terceira pessoa.

A psicóloga Dilane Tavares, especialista em casal e família, mostra-se reticente frente a esses laços. Para ela, trata-se de um jogo de altos riscos, que requer um autocontrole excessivo em um funcionamento mecânico de drible das emoções. “As relações abertas representam uma forma de inovar para fazer dar certo uma união pouco promissora. Na verdade, isso favorece a insegurança”, diz.


Como amantes, ótimos amigos

Você, solteiro(a), para quem a proximidade do Dia dos Namorados nada representa, que tal seria aproveitar a solidão para listar os nomes da(o)s ex e identificar, ao menos, um que você não tenha condenado a “queimar no mármore do inferno”? Conheça histórias de ex-casais, que ao contrário de você e da torcida do Flamengo, superaram o desfecho do relacionamento e passaram a se entender melhor como amigos.

O analista de sistema Marcelo Costa acredita que o namoro com a publicitária Taiana Cavalcanti foi uma experiência importante para alcançar o nível de companheirismo atual. “Por conhecermos, a fundo, o temperamento do outro, temos hoje uma relação mais tranquila de amizade e criamos abertura para falar de qualquer assunto, inclusive de outros relacionamentos”. A universitária Widma Sandrelly também defende que a ruptura do vínculo amoroso não é determinante para o afastamento radical dos ex-parceiros. Ela diz ser uma questão de consideração pelo que, um dia, os ex-companheiros representaram na sua vida.

O universitário Éber Gonçalves, que já namorou a estudante, destaca a atual cumplicidade deles, sem o peso da cobrança e dos ciúmes causadores de frequentes brigas. Para os contabilistas Andréa Morais e Glaucio Frazão, a relação fraternal não prevê uma doação tão grande, nem obrigatoriedade ou compromisso. Ao optarem por preservar a amizade, mantiveram um clima amistoso para dividir vitórias e aflições.

Nesses casos em que o percurso afetivo permitiu aos ex-amantes maiores descobertas dentro de uma circunstância de amizade, é preciso estar atento, segundo a psicoterapeuta Jacqueline Meireles, ao eventual nível de ciúmes entre as partes. “Em uma relação fraternal também existe disputa e é normal. Quando os ciúmes se tornam exacerbados, é aconselhável o distanciamento, até para saber se a separação foi uma decisão definitiva”, comenta.

A psicóloga Adelma Vasconcelos ressalta que a amizade é uma relação mais livre, permeada por sentimentos altruístas, com foco no desejo da felicidade do companheiro. “Os sentimentos entre os ex-amantes passam a ser de outra ordem. O sofrimento não combina com esta nova circunstância escolhida. Pesa, somente, o simples prazer de estar na vida do outro, sem exigências”, arremata.

 Psicoterapeuta Jacqueline Meireles - 8811.2263



Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora

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