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O corpo que fala... O corpo que sofre

O homem entra em contato com o mundo através do seu corpo, este proporciona uma interação saudável ou conflitiva com a sua realidade subjetiva e objetiva. O corpo é o suporte de todo gesto realizado por um Eu que a ele se relaciona através de uma representação psíquica que faz dele.

O corpo pode ser fonte de muitos conflitos, sendo “armazém” de amarguras, não a como separar o corpo das sensações existentes, não a como desvinculá-lo da mente. O sujeito que vivência os conflitos psíquicos através do seu corpo, dará a ele forma e “voz”, são sofrimentos inconsciente, que a fala não consegue alcançar, que angustia pode gerar, canalizando dores emocionais. Muitas dessas dores emocionais são somatizadas pelo corpo e recebem influência do psiquismo através das emoções não expressas.

Apesar de termos uma aliada muito importante desde a infância, ela, a fala, é pouco utilizada. Ainda quando pequenas, as crianças começam a internalizar a linguagem, sons, palavras produzidas pelos adultos e repetidas pelos pequenos sem muita elaboração, são formas verbais de comunicação que será apreendida e aprimorada no decorrer do desenvolvimento.

Mas, transformar essa comunicação antes primitiva em sentimentos não é tarefa fácil é um aprendizado árduo, os primeiros sons lançados ao individuo pouco dão conta de tamanhas sensações e emoções, ou seja, falta-lhes o domínio sobre ela.

Talvez seja por isso que quando adultos é tão difícil colocar em palavras os sentimentos e emoções. O individuo aprendeu a falar, não a expressar. Não foi ensinado ao sujeito falar de seus sentimentos, poucos conseguem e quando conseguem faltam-lhes palavras. Isso mostra porque os diálogos estão ficando cada vez mal interpretados, com a escuta mal compreendida, sinalizando falta de amadurecimento afetivo.

Todo indivíduo convive com algum tipo linguagem, independente da forma por ele utilizada, sons, sinais, escrita ou gestos, existem inúmeras formas de transmitir e dizer o que se quer dizer, porém, nem todas essas “ferramentas” conseguem dar conta de tamanho sentimento envolvido.

A falta de clareza entre as pessoas pode dificultar o entendimento, sendo causador de distanciamento das relações que a principio parecem solidas, mas basta olhar de perto para verificar os pequenos fragmentos e resíduos deixados de lado, sinalizando uma dificuldade relacional.

Muitas vezes esses resíduos estão depositados no inconsciente, sendo barrados pelo medo em expor ou simplesmente por não saber como expor essas vozes fragmentadas, de pouca clareza.

São problemas emocionais gerados por sentimentos de baixa estima, sustentados pelas ilusões e fantasias, que provoca grande ansiedade ao ser. Essas sensações evocam o indivíduo a buscar a ajuda para sanar seus males. São dores invisíveis, verdadeiros sintomas físicos, psíquicos e emocionais.

É nesta luta que o eu tenta manter essa relação sob controle. Faz-lhe exigências, interdições, confronta-o com limites, mas o corpo é implacável ao impor-lhe doença, conflitos, velhice e morte. O corpo é mortal e inflige contínuos sofrimentos ao Eu. Esse Eu testa sua autonomia frente ao corpo. Tudo isso faz emergir ambivalência e conflito, entre o Eu e o corpo.

Viver com qualidade é controlar toda essa dinâmica de forma a mantê-la no limite do saudável. Quando não, necessita-se buscar um tratamento e a cura.




Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora

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