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Filho ou filhos?



Com as mudanças sociais ocorrendo a todo instante, os casais estão optando cada vez mais por formar uma família com menor numero de filhos. A cada geração os núcleos familiares estão mais reduzidos, antes era possível observar famílias muito numerosas, sendo comum para um casal ter três/quatro ou mais filhos.

Porém, muita coisa mudou principalmente o papel da mulher na sociedade, que transcendeu a função de mãe, administradora do lar e responsável pela educação dos filhos, hoje ela é mulher, mãe e profissional, com múltiplas funções a serem exercidas. O papel do homem na sociedade também passou por modificações, hoje ele não é apenas o provedor, sendo solicitado a compartilhar de forma mais presencial na educação dos filhos, família e atividades domesticas, todas essas funções e papeis tem formalizado outro tipo de família.

Quando a questão é filhos, a pergunta mais importante seria: Por que um, dois, três ou mesmo optar por não ter nenhum? Mas, a sociedade ainda cobra o ter o não ter filhos ou quantos ter, quantificando-o como fator afetivo e amoroso para o casal.

O fato é que nem todas as mulheres têm intrínseco o desejo de ser mãe e o homem em ser pai, e isso não significa dizer que são pessoas menos afetuosas que os casais paternalmente desejosos. O que deve ser levado em conta é se tal desejo ou falta do mesmo causa algum tipo sofrimento psíquico.

É importante ficar atento quanto à tendência em quantificar o numero de filhos que cada casal deve ter, pois está pode ser uma formula perigosa, afinal filho não é matemática, filhos não são contas, filhos são pessoas que necessitam de atenção, afeto, respeito e disponibilidade emocional dois pais.

Sobre tudo os pais devem estar cientes da peculiaridade de cada filho, sabendo que todo filho é único e tem sua identidade e individualidade distintas dos demais irmãos, e é isso que os fazem tão especiais.

Muitos casais acreditam que ter uma família numerosa composta por vários irmãos é sinônimo de companhia e união eterna, mas, nem sempre isso ocorre, pois enquanto pessoas, indivíduos de desejos, cada filho terá necessidades, gostos e afinidades distintas, muitos irmãos vão afastando- se gradativamente e está suposta amizade e companheirismo aparentemente desejada pelos pais, porém, nem sempre estimuladas, acabam antes mesmo de existir, consequentemente alguns irmãos vão buscar amizade e companheirismo em outros núcleos.

Muitos dos desejos dos casais devem ser analisados e investigados, pois, se o dinamismo sociocultural solicita outro modelo de família, terá o casal que observar se esse tal contexto se encaixa no seu perfil psicológico de família, para não correr risco de seguir as imposições sociais que se chocam muitas vezes com o emocional desejado pelo casal. 

O fato é que existem muitos mitos sobre filhos únicos e vários rótulos e estigmas, uns por acreditarem que são crianças mimadas supridas de tudo, individualistas e até egoístas.

Contudo, famílias numerosas, com vários irmãos também podem apresentar tais características. O que deve ser observado na realidade é o lugar que cada filho ocupa na família, o papel que ele irá exercer terá um importante significado para sua vida.

A forma como os pais irão educar, também terá grande peso na vida de cada um dos filhos, ao vitimizar, fragilizar ou potencializar as qualidades e defeitos de um em relação ao outro, comparando-os ou excluindo. Única também será a forma que cada irmão receberá e absorverá a educação ofertada pelos pais.

Em suma educar não tem regra, filho não é conta, não é preço, quem tem mais ama mais, cuida mais, são pais mais bondosos e afetuosos. Fugir dos paradigmas é importante, analisar cada casal com realidade emocional única é importante.

O jovem casal na atualidade tende a sofrer grande influencia social, e quando resolve atender as perspectivas externas tendem a padecer internamente.   

Importante seria tratar cada filho como único, respeitando sua individualidade, desvinculando-os de observações comparativas e estimulando suas potencialidades.

Quanto aos pais, quando eles não conseguem perceber e aceitar a unidade de cada filho, pode desencadear um desequilíbrio psíquico pelo simples fato do sujeito não apresentar condições de desenvolver as capacidades por eles exigidas, ou seja, de agir como os demais irmãos, o que acarreta certo sentimento de frustração e sofrimento por não conseguir atender os desejos e as expectativas paternais.

É sempre importante lembrar que o NÃO também educa e o casal independente de quantos filhos tenha, todos sempre serão únicos filhos.


Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora

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