A comunicação é uma poderosa forma de ligação entre as
pessoas, ela enriquece as relações e de modo geral aproxima, isto quando bem vista pelos
os laços parentais. Ponte que constitui vínculos de segurança, o diálogo revela, expõe
e permite que haja maior interação familiar.
Inúmeras histórias trás a tona a
real relação pouco familiar, marcada pela intolerância e recheada de muitos conflitos,
unidos a um grito de silêncio que oculta e apaga os afetos parentais. Neste
lugar do não dito, há um vazio, o não falado deixado pelo gosto amargo do
descontentamento.
Um grito de silêncio é aquele que
ninguém ouve, não existe escuta, mas possui lástima, ele está lá, marcando,
apontando o descaso, a falta de disponibilidade, a não melhora, o não
crescimento, a estagnação.
Muitas das situações que causam sofrimento
para o sujeito também serve como sinalizador que algo nele e no outro
necessita ser revisto. A mudança parte de um desejo único, ao mesmo tempo em que
recíproco.
A família é o primeiro contato do
sujeito com o mundo social, ela representa a sociedade em tamanho menor, no
entanto não menos importante, ao contrario disso, os laços constituídos por ela
demanda em grande sentimento que quando associados à cultura,
as histórias e aos costumes, trás contínuos registros de força no imaginário
individualizado.
Muitas relações familiares
encontram-se dissolvidas, conturbadas em decorrência dessa não disponibilidade
de evolução. Infelizmente o egocentrismo está presente em muitas famílias.
Gritar é uma forma de expressa
raiva, medo, angustia, o grito que silencia origina dor, sofrimento, aniquila o
sujeito que não vê alternativa além de trancasse em seu desgosto. O emudecimento
camufla, tortura, apaga o indivíduo, destrói relações.
Entender que os filhos, irmãos, os
pais não são marionetes, respeitá-los como seres humanos que tem necessidades,
sonhos, desejos distintos. Tratá-los como pessoas que possuem aspirações singulares
é a mais legitima demonstração de amor.
O grito que se faz presente no
silêncio familiar afasta, mortifica. É uma espécie do não dito, onde “tudo é
dito” sem palavras, sem afeto, sem presença, sem acenos.
É um silêncio gritante, que disfarça a dor do
coração pelos seus gestos rígidos e sutis, sua voz é embargada e apagada e com o
olhar de reprovação, grita, para silenciar a amargura que se acopla na alma.
A construção de um entendimento quando recíproco favorece a
expressão mais sublime do amor. Este não igualitário, mas mútuo, do bem, do
bom, dos indispensáveis na vida de qualquer sujeito.
O maior abandono está relacionado
ao desamparo, ao não afeto, a indiferença, a incapacidade de aceitar o outro e assim
respeitar a sua singularidade.
Ninguém forma vínculos no
silêncio, ele o silêncio, não estabeleci conexão.
Psicóloga/Consultora
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