Quando o assunto é sexo a história trás uma sociedade banhada por muitos
tabus, e inúmeras transformações, principalmente no meio tecnológico. A
virtualidade foi uma espécie de porta de entrada, trouxe a tona assuntos tidos
como proibidos. Hoje, o sexo entra nos domicílios com apenas um clique.
Com aceso fácil e pouca educação voltada para uma área tão presente e tão
complexa, o tema sexualidade vai além do ato sexual. A internet tem contribuído
de maneira significativa com o avançar de temas ligados ao sexo. Entretanto,
ainda assim, o sexo tem se voltado mais à pornografia, do que à educação sexual.
O sexo virtual trouxe grandes debates sobre sua virtual realidade. Nele
não há toque, nem cheiro, não há contato direto. O computador faz o papel de
mediador entre as pessoas, é ele quem leva as informações de quem tecla.
É através
dessa ferramenta que o indivíduo estabelece relação, se não há percepção sensorial
do toque, sobra imaginação e a visão acaba sendo o importante meio que capta todos
os estímulos.
Com inúmeros sites de relacionamentos surgindo a cada dia, as salas de bate papo tornaram-se um lugar cativo. É nesse ambiente real/virtual que o sexo passou a ter mais espaço na vida das pessoas, por outro lado não significa que as relações sexuais ganharão em qualidade.
Em todo caso, é por esse meio que muitos sujeitos conseguem se satisfizer
sem que exista uma preocupação aterrorizante com sua performance. Outro ponto a
ser tocado diz respeito à liberdade que o sexo virtual trouxe,
além da sensação real de proteção quanto à doenças sexualmente transmissíveis,
gravidez e desempenho sexual, neste contexto automaticamente inexiste. Todas
essas variáveis trás certa tranquilidade para admiradores e apreciadores.
A indústria pornográfica de certa forma criou uma espécie de desempenho
massacrante para muitos indivíduos. Imensas listas com dicas, formas, modos de
praticar o sexo, um verdadeiro manual de instruções. Muitos
chegam a serem afetados psicologicamente, almejam, sonham, buscam atender
a tal demanda do mercado pornográfico, sem sucesso, sentem-se frustrados,
quando não acarretam problemas de ordem sexual.
Como sujeitos “uno”, cada pessoa tem desejos, fantasias, sentem de formas
diferentes. Não há um ser igual ao outro, não existe arquétipos quando o
assunto é sexo. A sexualidade está presente na vida de todo ser humano, ela faz
parte da vida, trás vida e compõe a vida.
As pessoas são únicas e como tal tem necessidades diferentes, muitas
encontram no sexo virtual a oportunidade de exercer sua sexualidade com
singularidade, na busca do seu próprio prazer. A indústria pornográfica vende o
sexo pelo sexo, apresentam formas, ditam posições, estimativa o tempo, dita, o vigor
em que o ato deve ser praticado, comercializa o sexo perfeito, atuações pouco
atingíveis.
Enfim, existem muitas formas de sentir prazer, a internet é apenas um
meio, o problema ocorre quando a pessoa apenas a visualiza como o único
mecanismo, onde o indivíduo não consegue, ou pouco consegue, se relacionar de
maneira “real” e busca apenas o prazer virtual.
A virtualidade é real, não que ela seja algo palpável, não existe
contato físico, há sim o contato sensorial. É através da ferramenta virtual que
os sentidos são aguçados e dão lugar às sensações provocadas pelos estímulos.
Dessa maneira, não se
pode dizer que as relações virtuais não são reais, elas são reais sim, pois
transmitem a realidade daquele momento, daquela pessoa, e embora que falsamente
se mostre, ainda assim é o seu lado real, transitório, mutável, mas, legítimo.
Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora
Psicóloga/Consultora
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