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Dá licença, eu sou pai!

A história relata através dos tempos o homem como o senhor soberano, desprovido de emoções, em contrapartida à mulher sempre foi atribuída o status de pessoa afetuosa, sensível e amável. Narrativas apontam homem e mulher com papeis sociais bem definidos, ele o provedor, ela a reprodutora.
Mas sociedade se transforma e os formatos de família também e nessa alternância o homem moderno vem aprendendo a dividir o espaço no mercado de trabalho, consequentemente seu papel de provedor exclusivo foi ameaçado. Neste novo contexto as funções antes específicas das mulheres passam a ser compartilhadas pelos os homens.
Paternalmente o comportamento masculino tem mudado, o pai moderno está mais afetuoso e tem procurado acompanhar o desenvolvimento dos filhos, hoje eles participam mais da educação e dos cuidados com a prole.
Através das mudanças sociais as questões de gênero estão sendo discutidas cada vez mais. A licença maternidade, um direito adquirido pela mulher, tem como objetivo principal os cuidados básicos da mãe com o bebê, resguardo e amamentação.   

É evidente que as mulheres ao longo da história têm lutado por seus direitos, rompeu paradigmas do patriarcado, cujo homem nesta trajetória foi ficando de lado.
Independente do gênero e da opção sexual a licença paternidade é um direito, um dever social para com os homens. O profissional que trabalha com diretrizes ligadas a assuntos da sexualidade deve estar ciente de sua responsabilidade, objetivando minimizar preconceitos em relação às diferenças entre os sexos, à opção sexual e buscar a equidade nas relações, no afeto e no respeito às diferenças.
Mais que um educador sexual, o trabalho dos profissionais que se debruçam no estudo da sexualidade é de instruir, informar e promover de forma natural o acesso a temas tidos como proibidos. 
A função da mulher não é apenas reprodutora, o papel do homem não é exclusivamente de provedor. Filhos necessitam mais que nutrição, carecem da presença parental, essa última tão importante para o desenvolvimento quanto o próprio aleitamento.
A chegada do filho no âmbito familiar por mais desejado que seja é um momento delicado para a família e requer adaptação, independente de serem adotiva ou não os pais vão precisar de tempo e contato com esse filho para construir vínculos.
Excluir o pai deste processo já é uma forma de preconceito. Reforçar a aquisição do vínculo através da relação pai/filho nos primeiros meses de vida é reafirmar tal importância para a construção da personalidade da criança. Por trás do exercício paterno há uma referência a ser cultivada, essencial para meninos e meninas.
A sociedade ainda prega grande culto ao ser mãe e neste processo o pai é quase que excluído dessa relação de amor quando não é visto apenas como “reprodutor”, sem direitos, quase que inexistente. 
A gravidez para algumas mulheres ajuda a propagar o culto materno referente ao amor exclusivo da mãe, algumas transformam os filhos em propriedade privada, sentem-se  donas da prole. 

Nesse contexto os homens têm procurado se adaptar a esse novo formato de família, buscado legitimar-se perante a sociedade nesse lugar de pai forte, afetuoso, sensível, provido de emoção.
Diferente do regime patriarcal que marcou o homem historicamente como autoridade maior e temida, o pai de hoje quer restaurar sua importância para vida do filho. A propósito, a licença paternidade visa estimular os homens a exercerem seus direitos de cuidador, romper com esse tipo “alienação parental” e estreitar a relação pai e filho.
As crianças necessitam de referências paternais, necessitam de amor, disciplina e afeto, necessitam dos pais, não apenas de um pai ou uma mãe, necessitam de cuidados e atenção para se desenvolverem, necessitam de um lar acolhedor, afetuoso e feliz. 



Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora

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