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Lula: Doença real provoca ‘guerra’ virtual


Máteria Jornal da Tarde - São Paulo
Por, Gilberto Amendola


A internação do ex-presidente Lula no hospital Sírio-libanês para o tratamento de câncer na laringe transformou-se em um dos tópicos mais polêmicos do Twitter e do Facebook. Depois da manifestação da atriz Luana Piovani, sugerindo que Lula fosse tratado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), as redes sociais receberam avalanche de mensagens sobre o assunto.

A polarização, entre aqueles que concordaram com Luana e os que consideraram sua proposta uma bobagem trouxe para internet uma coleção de opiniões estapafúrdias, deselegâncias de tratamento (“idiotas”, “imbecis”) e palavrões impublicáveis. Isso tudo sem esquecer que o pano de fundo desse debate é uma doença, talvez a mais cruel delas, o câncer.

O especialista em marketing digital Gabriel Rossi avalia que o que estamos assistindo é o reflexo da “falta de educação digital do brasileiro”. “São 90 milhões acessando a rede, numa banda larga nova e ainda em expansão. Nós ainda temos muita dificuldade em verbalizar o que sentimos na internet. E, infelizmente, caímos nessa superficialidade, nesse debate sem conteúdo”.

Do ponto de vista político, Rossi enxerga tentativa de promover “uma espécie de terceiro turno eleitoral”. “Tem esse lado do debate de quem gosta ou detesta o Lula, entre quem é contra ou a favor do governo. Acho que, no futuro, os políticos precisam entender melhor o Twitter como ferramenta e promover um debate sadio”.


140 toques de ódio

A psicologia também tem muito o que dizer sobre o “ódio destilado em 140 toques” dos últimos dias. Para a psicoterapeuta Jacqueline Meireles, o que está acontecendo seria a “expressão de mentalidade coletiva”. Ou seja, não necessariamente quem está mandando o Lula se tratar no SUS acredita nisso. “É que num primeiro momento muita gente levou na brincadeira, achou engraçado e aí perdeu o controle. As pessoas se esqueceram que do outro lado, recebendo mensagens, pode existir muita gente que teve câncer na família.”

Já para a coordenadora do projeto Papeando Sobre Psicologia, Lenita Alves, a reação das redes sociais se deve a “espetacularização do cotidiano”. “Na rede, pessoas se sentem confortáveis para exceder certos limites do bom senso. Ninguém pensa na doença e, acho que nem pensam politicamente, só no efeito, na repercussão de opinião extravagante, na opinião que vai além do aceitável”.





Jacqueline Meireles
Psicóloga/Consultora

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